Martin Kovář, Vice-Reitor da Universidade Karlova, em Praga, na República Checa, pediu a demissão na sequência de acusações de plágio apresentadas por três estudantes de doutoramento, segundo notícia da Radio Praha. Segundo a notícia, disponível aqui, os três doutorandos apresentaram um relatório no qual citam excertos extensos de três publicações de Kovář, datadas de 1998, 2001 e 2017, que – alegam – representam plágio do trabalho do historiador britânico Barry Coward, reproduzindo a estrutura, apresentando excertos parafraseados sem citação e citando fontes primárias idênticas em notas de rodapé – e por ordem idêntica.
Segundo a mesma notícia, o caso está ainda a ser analisado por aquela Universidade, não existindo ainda conclusões sobre o mesmo. No entanto, levanta alguns pontos importantes. O primeiro é que, atualmente, todas as publicações, presentes como passadas, estão sujeitas a escrutínio público, o que mostra que ninguém, seja qual for o seu estatuto, deverá estar acima dos mais exigentes padrões éticos e legais. O segundo é que, tradicionalmente, o plágio tem sido perspetivado como um problema entre estudantes. No entanto, casos como este mostram que, mais do que isso, o plágio é um problema ético e legal, passível de ocorrer em qualquer esfera de atividade.
Independentemente de Kovář ter ou não plagiado, o importante agora é que o resultado seja justo. Caso Kovář tenha efetivamente plagiado, é importante que sejam adotados os mecanismos previstos e adequados; caso Kovář não tenha plagiado, então é importante repor a verdade o quanto antes, uma vez que a simples suspeita pode destruir uma vida académica e profissional. Por isso mesmo a Linguística Forense tem um papel tão importante: uma análise linguística forense poderá determinar se existe efetivamente plágio ou não, e, caso tenha existido, se esse foi intencional, negligente ou acidental.